O ser humano não é algo biologicamente estático. Desde o momento da concepção até a morte ocorre uma série de transformações quantitativas e qualitativas, quer no sentido evolutivo, quer no sentido involutivo. Quando nos referimos a essas transformações precisamos entender de maneira clara e objetiva o que representa cada uma delas. As transformações quantitativas, com o próprio nome indica, referem-se às mudanças de número ou de quantidade que acontecem no nosso genótipo e fenótipo. Como exemplo, podemos citar alterações na nossa estatura, no nosso peso corporal ou no nosso vocabulário. Lembre-se que o nosso vocabulário não se restringe apenas ás palavras que podemos verbalizar, mas podemos e devemos aumentar o nosso vocabulário motor que pode ser fruto das nossas aulas de Educação Física. As transformações qualitativas referem-se às mudanças no tipo, na estrutura ou na organização, como na mudança da organização não-verbal para verbal. Perceberam a diferença entre ambas. Quando deixamos de nos comunicar por sons, ruídos, gestos e passamos a nos comunicar através das palavras, melhoramos a comunicação de uma maneira geral. Isso representa melhor entendimento e a possibilidade de comunicação aumenta exponencialmente. Nos primeiros meses de vida, esse tipo de comunicação não é possível, pois os bebês ainda não aprenderam a falar. Por isso que precisamos interpretar os sinais físicos e ruídos emitidos para podermos saber o que eles querem.
É preciso que fique claro que todas essas transformações, sejam quantitativas ou qualitativas se verificam em ritmos e intensidades diferenciadas, conforme etapa da vida que o indivíduo se encontre e devido a estímulos ambientais adequados ou não.
Quem tem mais chances de aumentar o vocabulário, aqueles que são mais estimulados a ler ou os que lêem pouco ou quase nada?
Quem possui o maior vocabulário motor, aqueles que vivenciam mais práticas corporais ou aqueles que pouco vivenciam esses momentos?
São perguntas fáceis de responder, vocês não acham? Então de que maneira, nós enquanto professores-educadores podemos colaborar com as transformações quantitativas e qualitativas que acontecem com as pessoas? Talvez a resposta mais simples fosse a seguinte: oferecer sempre aquilo que é necessário. Aí surge outra pergunta, de que maneira podemos fazer isso? Não é muito difícil de responder. Passamos por vários períodos das nossas vidas com diferentes graus de maturação. E cada período desses é caracterizado pelo estado maturacional que determina qual o melhor estímulo ou o estímulo necessário para que possamos crescer e desenvolver de maneira satisfatória. Ou seja, para melhor entendimento, cada período de nossas vidas é caracterizado por aquilo que de melhor o indivíduo consegue fazer. Para melhor entendimento, não posso oferecer um conteúdo condizente a estudantes universitários para estudantes do ensino fundamental. Eles não estariam preparados para assimilar e acomodar esse conhecimento. O estímulo não seria adequado. E se isso acontece, não há adaptações positivas. Apenas ocorre prejuízo no processo ensino-aprendizagem.
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