quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Translocação da GLUT-4 (vocês sabem o que é isso?)




A glicose é essencial para vida. Uma queda brusca leva a um quadro de hipoglicemia que pode evoluir para o óbito caso não seja revertida em tempo hábil. No entanto, a hiperglicemia crônica, comum em pacientes diabéticos não controlados, leva o indivíduo a lesão em órgãos-alvo que podem trazer consequências adversas importantes para a saúde. A insulina é o único hormônio hipoglicemiante que temos, ela exerce uma função importante no controle glicêmico, principalmente no tecido muscular e adiposo que são dependentes desse hormônio. Só existem duas maneiras de tornar a membrana do tecido muscular permeável à glicose, via insulina e contração muscular (exercício físico). Uma sessão apenas de atividade física é capaz de aumentar a sensibilidade à insulina por até 48 horas, inclusive em pessoas obesas que normalmente possuem uma resistência maior a ação desse hormônio. Existe uma proteína chamada de GLUT-4 que é a responsável pela permeabilidade celular para as moléculas de glicose em células insulino-dependentes. Vejamos abaixo como isso acontece.
Mecanismos envolvidos na translocação do GLUT-4 em células musculares e adipócitos: Insulina age de modo diferente do exercício, mas ambos reduzem a glicemia.
Músculos e panículo adiposo são os principais órgãos-alvo da insulina.
O único GLUT dependente da insulina é o GLUT4. Mas existe GLUT4 dependente de exercício.
Na ausência de insulina e exercício quase inexistem transportadores de glicose na membrana, pois estão ancorados próximo à face interna da membrana plasmática. Esse "sequestro" dos GLUT4 é feito em vesículas que também contém diversas outras proteínas, como v-SNARE, proteína-2 associada às vesículas (ou sinaptobrevina, para os íntimos) e RAB4.
Insulina provoca a migração destas vesículas com GLUT4, que se fundem à membrana plasmática, tornando esta permeável à glicose, deste modo aumentando a captação de glicose. Quando diminui a insulina plasmática, as vesículas se destacam da membrana, voltando para o seu "ancoradouro" intracelular.
A insulina, quando se liga ao seu receptor, forma com este um Complexo Enzimático que fosforila tirosinas (inclusive as próprias tirosinas de sua molécula), por isso é conhecida como "tirosina autoquinase". Segue-se a cascata do IP3 (inositol fosfocinase 3) e migração das vesículas internalizadas contendo GLUT4.
O exercício também mobiliza as vesículas que contém GLUT4, por mecanismo diferente do IP3.
#fisiologiadoexercícioclínico

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