quarta-feira, 27 de junho de 2012

Glicemia e Prática de Exercício

Prof. Ms. Antonio Marcos Motta
Valores de glicemia contra-indicados para a prática de exercícios
Hiperglicemia
Segundo a Associação Americana de Diabetes, o exercício deve ser evitado caso a glicemia de jejum estiver acima de 250 mg.dL-1 com presença de cetose. A atividade física vigorosa deve ser evitada na presença de cetose. Entretanto a recomendação para se evitar atividade física se a glicemia estiver acima de 300 mg.dL-1, mesmo na ausência de cetose provavelmente é mais prudente e necessária para diabéticos tipo 2, especialmente em estado pós prandial. Na ausência de severa deficiência de insulina, o exercício de intensidade leve ou moderada pode auxiliar no decréscimo da glicemia. O ideal é que o paciente procure seu médico para que ele seja avaliado sobre os adequados valores de forma individual.

Hipoglicemia
Em indivíduos que tomam insulina, a atividade física pode causar hipoglicemia se a medicação ou ingestão de carboidrato não foi adequada. Isto ocorre particularmente quando os níveis de insulina endógena estiver no pico e/ou a atividade física for prolongada. A Associação Americana de Diabetes sugere que carboidrato adicional deve ser ingerido se a glicemia estiver abaixo de 100 mg.dL-1. Essa recomendação é indicada apenas para pacientes que fazem uso de insulina endógena ou secretagogos de insulina. Não foram localizados ainda estudos que tenham relatado casos de hipoglicemia em diabéticos que controlam a glicemia por meio de dieta, metformina  ou tiazolidinediona. No entanto, os pacientes que tomam estes medicamentos associados a insulina ou um secretagogo podem necessitar de mais carboidratos antes de atividade física e / ou reduzir a dose de insulina ou secretagogo para evitar hipoglicemia. Para uma discussão detalhada sobre ajustes na medicação para reduzir o risco de hipoglicemia converse com seu médico.
Tópico especial: Medicação para pressão arterial e colesterol concomitante com outros agentes hipoglicemiantes e exercício físico
Diabéticos freqüentemente tomam diuréticos, ß-bloqueadores, inibidores da ECA, aspirina, e agentes de redução de lipídeos para controle da pressão arterial e colesterol. Na maioria dos indivíduos diabéticos tipo 2, a medicação não irá interferir nas atividades físicas. Diuréticos, especialmente em doses mais elevadas, podem interferir no equilíbrio hidro eletrolítico. ß-bloqueadores podem reduzir a capacidade de exercício máximo entretanto, a maioria das pessoas com diabetes tipo 2 não optam por se exercitar em altas intensidades. Sendo assim, essa redução da capacidade máxima, geralmente não será problema. Para maior compreensão sobre o impacto da medicação concomitante a atividade física, converse com seu médico e discuta as possibilidades.
O ideal seria que seu professor de Educação Física entrasse em contato com seu médico para que juntos possam decidir qual a melhor maneira de se controlar a glicemia antes, durante e após o exercício. Em alguns casos, o exercício físico regular pode reduzir a dosagem dos remédios.

Sigal RJ, Kenny GP, Wasserman DH, Castaneda-Sceppa C, White RD. Physical activity/exercise and type 2 diabetes: a consensus statement from the American Diabetes Association. Diabetes Care. 2006 Jun;29(6):1433-8.

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