Todos os sistemas corporais estão susceptíveis e vulneráveis ao processo de envelhecimento. Entre os 25 e 65 anos de idade há uma diminuição substancial da massa magra (MG) ou massa livre de gordura (MLG) de 10 a 16% por conta das perdas na massa óssea, no músculo esquelético e na água corporal total (MATSUDO et al. 2000). A massa magra é constituída por água, vísceras, osso, tecido conectivo e músculo, sendo neste último onde ocorre a maior perda com o envelhecimento (cerca de 40%). Algumas alterações que acometem o tecido muscular foram observadas por Kamel (2002) que são decréscimo da massa muscular e da área de secção transversa; infiltração de tecido gorduroso e conectivo no músculo; decréscimo do tamanho e do número de fibras do tipo II; decréscimo do número de fibras do tipo I; desarranjo dos miofilamentos e das linhas Z dos sarcômeros; decréscimo do número de unidades motoras. A perda ou diminuição importante de massa muscular foi denominada de sarcopenia que segundo Roubenoff et al. (1997) são as alterações na quantidade e qualidade muscular que acompanham o envelhecimento. Essa diminuição do tecido muscular inicia de maneira significativa por volta dos 50 anos e potencializa-se mais contundentemente aos 60 anos (DESCHENES, 2004). Os músculos estriados esqueléticos com suas importantes funções corporais (contração muscular, locomoção, produção de força e sustentação) podem ser mais bem adaptados quando estimulados em suas quatro qualidades físicas (força, potência, hipertrofia e resistência). A contração muscular, função primária do músculo esquelético, é definida como a ativação das fibras musculares com uma tendência das fibras se encurtarem, sendo precedida do evento mecânico uma sucessiva cascata de eventos elétricos (Faulkner, 2003). O músculo é constituído por diferentes tipos de fibras classicamente caracterizadas como fibras musculares do tipo I e do tipo II, sendo que as do tipo II podem ser classificadas em dois subtipos: tipos IIa e IIb. Nos mamíferos o número de fibras em um músculo é determinado no nascimento sofrendo pequenas alterações ao longo da vida, exceto em caso de lesões ou doenças. Em contraste com o que ocorre com as fibras musculares, o número de miofibrilas e, conseqüentemente, a área de secção transversal da fibra, aumenta com o crescimento normal ou devido à hipertrofia induzida pelo treinamento de força podendo atrofiar devido à imobilização, sedentarismo, lesão, doença ou pelo próprio processo de envelhecimento (Faulkner, 2003). As fibras do tipo IIb são as que mais sofrem alterações com o envelhecimento, elas chegam a representar 60% das fibras musculares em adultos jovens e tem um decréscimo importante ao longo da vida chegando apenas a 30% em indivíduos com 80 anos de idade. Há, portanto, uma redução significativa ao longo dos anos, caracterizando nos idosos movimentos mais lentos e uma redução importante na capacidade de produzir força e potência que são características peculiares desse tipo de fibra muscular (DESCHENES, 2004). O músculo tem um papel importante na melhoria e manutenção da qualidade de vida dessa população e quando comprometido afetam as atividades recreacionais, a alegria de viver e a independência dos idosos. Portanto, a diminuição da força e da potência contribui para o aumento do número de quedas e acidentes observados entre essa população (DESCHENES, 2004). Dados do estudo de Miller et al. (1978) observou que 20% dos idosos que tiveram fratura do quadril devido a quedas não recuperam a habilidade de caminhar. Dentre os vários fatores que contribuem para esse processo (hormonais e nutricionais, endócrinos, neurológicos e genéticos), o sedentarismo se encontra entre um dos mais importantes.
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