A idade avançada está associada com mudanças profundas na composição corporal (BAUMGARTNER, 1995). Uma mudança que está de modo crescente sendo reconhecida por ter conseqüências nos idosos é a perda de massa muscular e deterioração na qualidade do músculo (KAMEL, 2002). Este fenômeno foi chamado sarcopenia, termo criado por Rosenberg em 1989, oriundo do grego que significa “deficiência de carne” e denota o declínio de massa muscular e força que ocorrem com o envelhecimento saudável (ROUBENOFF, 2000). Sarcopenia está ligada a diversas limitações físicas e funcionais que pode prejudicar a qualidade de vida e aumentar os custos dos cuidados com a saúde dos indivíduos afetados (ALEXANDER et al., 1992; DUTTA, 1995). Isto, combinado com evidência crescente indicando uma prevalência elevada de graus clinicamente significativos de sarcopenia em idosos tornando a sarcopenia um importante problema de saúde pública.
A sarcopenia é dependente de fatores genéticos e ambientais e tem sido associada a diversos problemas de saúde, tais quais, osteoporose, intolerância à glicose, disfunção da termorregulação, diminuição da capacidade funcional e aumento do número de quedas trazendo conseqüências indesejáveis para esta população (FIATARONE et al., 1994; KENNEY et al., 1995). Algumas das suas possíveis causas incluem mudanças relacionadas ao envelhecimento, fatores tróficos hormonais, mudanças no consumo alimentar, metabolismo das proteínas, atrofia por desuso e diminuição das unidades motoras (DUTTA et al., 1995), estresse oxidativo aumentado, desregulação de citosinas catabólicas, alterações relacionada a idade na homeostase do cálcio e acoplamento excitação-contração, e redução da atividade física (ROUBENOFF, 2000; NAVARRO ET AL., 2001).
Os mecanismos possíveis para a diminuição da força, da massa e qualidade muscular incluem uma diminuição da inervação do músculo esquelético pelos motoneurônios alfa, declínio da densidade capilar e a atrofia seletiva das fibras musculares do tipo IIb (LEXELL, 1995). A perda da inervação pelo músculo constitui um prejuízo que tem como conseqüência a perda da capacidade de contração muscular, sem esse estímulo essencial que ocorre na junção mioneural ocorrerá uma deficiência de impulsos elétricos para o músculo com iminente atrofia por desuso. O declínio da densidade capilar acarretará em um menor aporte de oxigênio e nutrientes para o tecido diminuindo, assim, sua capacidade metabólica. Contudo uma variedade de estudos tem relatado uma associação das mudanças relacionadas com a idade nas variáveis força, massa e qualidade muscular com a diminuição da capacidade funcional, fisiológica e metabólica levando a inabilidade e morbidade na população idosa. Na última década, principais avanços em nossos conhecimentos sobre a patogênese da sarcopenia têm ocorrido. Isto tem sido acompanhado por um interesse em explorar diferentes intervenções pra prevenir ou reverter à condição.
Ainda não há um consenso com relação à prevalência de sarcopenia. Por ainda não existir um ponto de corte definido para a transição da redução do tecido muscular fisiológica para a patológica entre os diversos grupos étnicos. Ainda não há dados disponíveis na literatura. Contudo, Baumgartner et al. (1998) classificou os indivíduos como tendo sarcopenia patológica aqueles que apresentavam uma massa muscular apendicular relativa mais do que dois desvios padrões abaixo da média de um grupo referencial de indivíduos jovens. Sabemos que a massa muscular apendicular corresponde ao somatório da massa muscular dos braços e das pernas. Sua relativação é feita dividindo pela estatura (em metros) elevando ao quadrado. O ponto de corte proposto por Baumgartner et al. (1998) foi de uma massa muscular apendicular relativa menor que 7,26 Kg/m² e menor que 5,45 Kg/m² para homens e mulheres, respectivamente.
A prevalência de sarcopenia por esta definição aumentou de 13-24% em pessoas com idade de 65-70 anos para acima de 50% daquelas mais velhas com idade de 80 anos de idade ou mais. Foi observada uma prevalência maior em homens do que nas mulheres. A presença de sarcopenia se associou com um risco 3 a 4 vezes maior para o desenvolvimento de alguma incapacidade, mesmo depois de ajustes para idade, sexo, obesidade, etnia, status sócio-econômico e estilo de vida saudável. Estudo realizado por Melton et al. (2000), usando uma definição similar a de Baumgartner, verificou a prevalência de sarcopenia em 699 indivíduos com idade superior a 65 anos. O método utilizado para estimar a massa muscular foi a Absortometria por raios-X de dupla energia (DXA). Nesse estudo foi encontrada uma prevalência de sarcopenia em torno de 6 a 15%. Outro achado do estudo foi que aqueles com diagnóstico de sarcopenia apresentavam uma quantidade maior de limitações funcionais e físicas quando comparados aos não-sarcopênicos. Contudo, muitos estudos disponíveis na literatura evidenciam que a sarcopenia é um problema relacionado com muitas desordens e a sua prevenção e tratamento deve ser feita o quanto antes para que a população não sofra das suas indesejáveis conseqüências.
Como brilhantemente foi relatado pelo colega,a sarcopenia é algo muito mais comum do que se pensa se levarmos em consideração o grupo mais atingido - idosos. Sabido disso, se faz indispensável a prática regular de qualquer atividade de força muscular. Com isso atuamos na prevenção dos fatores causais das quedas, descartando outras atividades como caminhadas,alongamentos, danças..., p/ promoção
ResponderExcluire manutenção de saúde em geral. ATT. Juliana
Diga meu Brother, parabéns pela matéria. Estou fazendo minha tese em sarcopenia. Estou escrevendo os resultados, se precisar de alguma coisa nesta área é só entrar em contato. Ah! quem sou eu? Seu colega de UCB fizemos a disciplina de fisioterapia respiratória juntos, lembras-te
ResponderExcluirJairo de Goiás.
Abraço